
Categoria: Artigos
Data: 25/05/2025
O INÍCIO
Nossa história começa com o surgimento do presbiterianismo no Brasil, que resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou no colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Influenciado por um reavivamento em 1855, fez a sua profissão de fé e, pouco depois, ingressou no Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu professor, o famoso teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante a Junta de Missões da igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de sua preferência. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.
Os principais colaboradores de Simonton naquele período foram seu cunhado Alexandre L. Blackford, que em 1865 organizou as igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que trabalhou entre os imigrantes alemães em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi missionário na Bahia; e George W. Chamberlain, grande evangelista e operoso pastor da igreja de São Paulo.
No dia 05 de março de 1865, na Rua Nova de São José, nº 01 (atual Rua Líbero Badaró), foi organizado o primeiro Presbitério da IPB.
Em outubro de 1870, na casa do casal de missionários presbiterianos Mary Annesley e Rev. George Whitehill Chamberlain funcionava uma escola, tendo como foco a educação secular e religiosa. Surge aí o Instituto Presbiteriano Mackenzie.
A Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo foi organizada no dia 26 de agosto de 1900, na Rua dos Bambus, nº 04 (atual Av. Rio Branco). No dia 07 de setembro de 1922 foi consagrado o seu templo, na Rua Helvétia, 772, Campos Elísios, São Paulo.
A Igreja Unida, que anos mais tarde começaria excelente trabalho missionário na cidade de São Paulo, gerou como igreja mãe, dentre tantas filhas, a Igreja Presbiteriana de São Caetano, que gerou a Igreja de Santo André e, logo depois, a Igreja de Santo André gerou a Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo.
COMO O PRESBITERIANISMO CHEGOU NO ABC?
As atividades evangelísticas da Igreja Presbiteriana do Brasil na região do Grande ABC começam com a expansão geográfica da cidade de São Paulo, principalmente motivada pelo desenvolvimento econômico e urbano. Segundo o relatório de 1922-23 da Igreja Unida de São Paulo, a cidade de São Caetano do Sul passa a integrar sua lista de campos missionários. De São Caetano do Sul o presbiterianismo se radicou para Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e, nos últimos anos, para Rio Grande da Serra.
DE SANTO ANDRÉ ATÉ SÃO BERNARDO DO CAMPO
A Igreja Presbiteriana Filadélfia em São Caetano do Sul junto com a Unida apoiou o trabalho inicial da igreja presbiteriana de Santo André que teve início em 1928. A Igreja Presbiteriana Unida deu apoio ao trabalho em Santo André até 1945, quando passou a jurisdição para a Igreja Cristã Presbiteriana Filadélfia de São Caetano, e logo depois, no ano de 1949 foi organizada em Congregação Presbiterial jurisdicionada de São Caetano, e logo depois, no ano de 1949 foi organizada em Congregação Presbiterial jurisdicionada pelo Presbitério de São Paulo, já na rua Onze de Junho, 868, e, desta forma, foi pastoreada por ministros designados pelo Presbitério, sendo o primeiro o Rev. Miguel Rizzo Jr, e depois outros.
No final da década de 30 mudou-se para São Bernardo do Campo a família Lalli, Carmine e Palmira Lalli, recém convertida ao presbiterianismo na cidade de Sorocaba. Esta família se torna membro da Igreja de Santo André.
Quando Sr. Carmine Lalli recomeçou sua vida em São Bernardo do Campo, não demorou muito e se tornou membro da Congregação de Santo André, até então, filiada à Igreja Unida de São Paulo. A casa de Carmine se tornou um ponto de pregação através do qual se converteu outra família vizinha do Sr. Carmine e Dn. Palmira de Mauro Lalli: o Sr. João Bergamaschi e sua esposa Dn. Guilhermina Bergamaschi.
O trabalho funcionava da seguinte forma: Escola Dominical, às 14h30, com a presença de irmãos da Igreja de Santo André, que davam grande apoio ao Ponto de Pregação, e com grande quantidade de visitantes a cada domingo. A divisão das faixas etárias se dava da seguinte forma: adultos na casa dos Lalli e crianças na casa dos Bergamaschi.
O PRIMEIRO TEMPLO
Os fundamentos do primeiro templo foram lançados em 06 de junho de 1950 na Rua Olavo Gonçalves e no dia 16 de abril de 1961, às 15h40, ocorreu a organização em Igreja.
64 ANOS DE EXISTÊNCIA: RUMO À VITÓRIA FINAL
Assim como em Atos 1.15 havia uma lista de membros fundantes, em nossas igrejas ocorre o mesmo e sentimos saudades dos irmãos que não estão mais conosco. A Igreja é a comunidade de todos os crentes em todos os tempos, ou seja, Cristo morreu pelos crentes que viveram antes de Noé, depois de Noé, no período do Êxodo até à entrada na Terra Prometida, no período monárquico (Judá e Israel), no tempo dos reis e profetas até a época do ministério terreno de Cristo, durante a implantação da Igreja, na Idade Média, na Renascença, na Modernidade e na Contemporaneidade. E, como se fosse pouco, Cristo morreu pelos que ainda vão nascer.
A Igreja é a comunidade de crentes que ouviram positivamente o evangelho, não pela eficiência da pregação dos homens, mas, graças ao ministério de Cristo, que edifica a Igreja. Cristo disse “edificarei a minha igreja” (Mt 16.18); o ministério de Cristo acrescenta à Igreja os que são salvos (At 2.47) em todas as épocas (Dt 4.10; At 7.38).
O nosso bom Deus chamou os irmãos que lançaram os fundamentos de nossa igreja; chamou os pastores, que lutaram duramente para alimentá-la como bom alimento da orientação pastoral à luz da Palavra de Deus; chamou presbíteros e diáconos, dando-lhes autoridade para exercerem os seus ofícios (2Co 13.10); Deus renova gerações e gerações.
Deus é soberano, por isso ele dá e ele tira, como entendeu Jó (1.21). Ele tem nos dado tanto os novos irmãos que são bênção, bem como ele chamou os nossos irmãos que não estão mais conosco para Igreja triunfante, onde louvam e adoram na presença de Jesus.
Estamos cientes da importância destes 64 anos de nossa igreja, da importância da existência de nossa igreja. Nós somos a igreja militante neste local, nós representamos a igreja visível. Nós, que aqui estamos, devemos continuar o nosso ministério que é de adorar a Deus, edificar os crentes e evangelizar os que ainda não são crentes. Que Deus nos conduza nesta missão, até nos encontrarmos todos, na vitória final!
Rev. Donizeti Ladeia