
Categoria: Notícias
Data: 04/09/2023
A Missão Evangélica Caiuá comemora 95 anos de ministério entre os indígenas de Mato Grosso do Sul
Por Emma Castro
Os 95 anos de organização da MEC - Missão Evangélica Caiuá e também os 15 anos de organização da IIPB - Igreja Indígena Presbiteriana no Brasil, foi marcada com celebrações e homenagens no sábado 26 de agosto, na Sede da Missão Evangélica Caiuá em Dourados, MS, que reuniu mais de 700 pessoas, vindas de diferentes aldeias: da RID - Reserva Indígena de Dourados, Amambai, Sassoró, Taquapiry, Caarapó, Porto Lindo, Guassuty, Campestre como também caravanas de Dourados, Amambai, Campo Grande, Rio de Janeiro e São Paulo.
A instituição foi organizada oficialmente no dia 28 de agosto de 1.928, sob a liderança do Rev. Albert Maxwell, missionário norte americano, que teve a visão de alcançar os povos indígenas no Brasil, com a mensagem do evangelho. Ele adquiriu a Sede da Missão, onde morou junto com sua esposa e nasceram seus três filhos. Desbravaram as matas e construíram as primeiras casas, enfrentando muitas dificuldades e desconforto, mas com o firme propósito de viver e pregar o evangelho.
A ele se juntaram médicos, engenheiros agrônomos, dentistas, professores, missionários e outros, que deram continuidade à obra de evangelização como, também, desenvolveram projetos na área da saúde, educação e assistência social.
O culto de ação de graças a Deus, teve início às 9hs da manhã. A liturgia foi dirigida pelo Presidente da Assembleia, Rev. Geraldo Silveira, com a participação do presidente da IIPB, Presb. Ezaú Mamede Terena, o presidente da IPI, Rev. Sérgio Geni, o Rev. Marcio Tadeu De Marchi que representou o Presidente do Supremo Concílio da IPB, Rev. Roberto, e outros convidados. A mensagem matutina foi trazida pelo Rev. João Luiz Furtado e a mensagem da tarde, o atual Diretor Executivo da MEC, Rev. Simei Mariano.
Com muita emoção, Coral Mitã Rory, da escola da Missão em Amambai, apresentou várias canções de louvor a Deus, como também, diferentes grupos musicais das congregações, tiveram a oportunidade de louvar a Deus em Kaiwá, com hinos do “Japorahei joa”, hinário indígena.
Após o culto, o Rev. Beijamim Bernardes e sua esposa Margarida foram homenageados pelos membros da Assembleia, com uma placa de reconhecimento pelos 38 anos de serviços prestados, também, foi comunicada a decisão da Assembleia de que o novo prédio administrativo receberá o nome de Beijamim Benedito Bernardes, edifício este que será inaugurado em breve. O Presb. Enoque Bernardes também recebeu uma placa de reconhecimento pelos serviços prestados, nos últimos 30 anos, como construtor de várias igrejas nas aldeias e construções na Sede.
O casal Bernardes, também, foi homenageado por Vera Villon e Jorge Villon, representando o “Trabalho da Missão Caiuá no Rio de Janeiro”. Uma família Kaiwá, homenageou em nome de várias gerações indígenas, e em meio a muita emoção, lhe foi entregue por uma criança, uma placa com a letra da música composta pelo Presb. Jânio Sanches e entoada pelo Coral Mitã Rory.
Durante a homenagem, um indígena embriagado, se posicionou ao lado do Rev. Beijamim, que foi abraçado de maneira afetiva. Este gesto deixou claro a todos, a mensagem de Jesus: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores”. (Marcos 2.17). O testemunho dado por muitos, que conviveram com o casal, por quatro décadas, é que gestos como este é a marca do casal, fosse na igreja, no hospital Porta da Esperança, na escola Francisco Meireles e em todas as aldeias.
Esta é a razão de ser da MEC, Glorificar a Deus, acolhendo e abraçando aqueles que ainda precisam conhecer a Jesus. Na sua fala, o Presb. Ezaú, testemunhou o cuidado e carinho do Rev. Beijamim, levando a Santa Ceia para sua mãe quando ela já doente, não podia ir à igreja. Emocionado lembrou do panetone deixado na porta da sua casa, no Natal, na época da Covid19, também destacou que sua pregação sempre foi marcada por atitudes e não somente com palavras.
Outras pessoas, representantes de instituições, também, fizeram uso da palavra para parabenizar a MEC, à IIPB e ao casal Bernardes.
Antes do almoço, o Rev. Beijamim foi homenageado pelos indígenas com uma dança cultural e no final, foi levantado no meio da roda, e bradou: “Honoyo”, o que em terena, quer dizer Vitória.
Foi servido um delicioso e farto churrasco, acompanhado de arroz, puchero e salada, preparado por um grupo de missionárias voluntários.
A programação teve continuidade à tarde, concluindo com um vídeo do Hino da Missão Caiuá, de música e letra do Rev. Cornélio Castro, com a participação de um grupo coral de São Paulo e a Oração final do Rev. Beijamim Bernardes.
Ainda há muitos desafios e muito trabalho que precisa ser realizado. A Missão Evangélica Caiuá precisa de mais parcerias de igrejas e cooperadores neste ministério, para continuar levando a Glória de Deus, às diferentes etnias.
O Culto e o Hino da Missão podem ser encontrados no canal do YouTube https://www.youtube.com/@missaoevangelicacaiua