Igreja Presbiteriana de Angola e IPB

Nos dias 5 a 7 de junho passado, aconteceu a Reunião Ordinária do Sínodo Geral da Igreja Presbiteriana de Angola (IPA) em Luanda, capital de Angola. Estiveram Reunidas 112 pessoas, representantes de oito Presbitérios, além de visitantes convidados. Estavam presentes o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do SC/IPB, e o Rev. Marcos Agripino, executivo da APMT. 

Após a reunião, a mesa do Sínodo Geral se reuniu com o presidente do SC/IPB e o executivo da APMT, com o propósito de rever alguns acordos de cooperação entre a IPB (por meio da APMT) e a IPA, e de refletir sobre a continuidade dessa cooperação em áreas que precisam de desenvolvimento, visando à consolidação dessa denominação irmã. A saber:

1. Organização administrativa da denominação, com o estabelecimento de um escritório administrativo; 

2. Educação teológica. Criação de escolas teológicas, Seminários e Institutos Bíblicos, formação de bibliotecas, e outras iniciativas.

3. Plantação de igrejas. Aquisição de terrenos e construção de templos. Cooperação na plantação de pelo menos cinco igrejas em cidades estratégicas, nos próximos 10 anos. 

4. Projeto social.  A criação de pelo menos cinco Escolas Presbiterianas no país e também um Pronto-socorro. 

5. Construção do escritório central da denominação, na capital do país, Luanda. 

Há em torno de 70 igrejas e congregações no país, mas com pouca infraestrutura. Segundo o Rev. Agripino, “A APMT pode atender essa demanda nos próximos anos, unindo esforços com outros órgãos da IPB, igrejas e irmãos, para fortalecer e consolidar essa jovem igreja que nasceu a partir da IPB. Temos necessidade de brasileiros que se envolvam na plantação de igrejas e que também cooperem para o crescimento e amadurecimento da IPA na fé cristã reformada”, explicou. 

Para suprir essa necessidade, o Executivo acrescentou: “Precisamos enviar professores na área de educação teológica, educadores cristãos, coordenadores pedagógicos, acadêmicos, como também profissionais na área da área de saúde, e ensino regular, pessoas com experiência na área de engenharia, arquitetura, pedreiros e serventes, brasileiros que desejem servir nas construções. Outra necessidade é o investimento para aquisição de terrenos, e construção de templos. Doação de bíblias nas línguas locais também é uma necessidade imediata. A Bíblia já foi traduzida para várias línguas locais angolanas, mas estão esgotadas e não há recursos para impressão. Vários crentes presbiterianos ainda não têm um exemplar da Palavra. Cada unidade custa em torno de 30 reais”. 

Percebemos, no Brasil, uma boa fase de despertamento de vocacionados, porém é necessário trabalhar neles a disposição para irem aonde há uma grande necessidade, a fim de serem direcionados para responder uma demanda que já existe.  

De acordo com estudos e tendências, o próximo movimento missionário para o mundo surgirá a partir do continente africano, e é por isso que as igrejas precisam ser fortalecidas e consolidadas na fé e na doutrina, pois existe muito sincretismo religioso. “Enquanto em muitos lugares há acesso à Internet, bibliotecas, livros digitais e outras ferramentas, muitos irmãos na África não têm nem um exemplar da Bíblia em mãos para ler, estudar e firmar sua fé no conhecimento bíblico, e isso facilita o sincretismo religioso”, lamentou o Rev. Agripino. 

Se nós, como IPB, não servirmos à IPA no fortalecimento e na consolidação da fé bíblica, e também a outros países do Continente Africano, quando a África se tornar um Continente Enviador de missionários para o mundo, poderá haver considerável fragilidade teológica. “Se nós não podemos atingir os 54 países da África, podemos pelo menos contribuir em alguns deles, e eles mesmos serão multiplicadores de uma excelente força missionária transcultural,” concluiu o Rev. Agripino. 

Emma Castro é missionária da APMT.